terça-feira, 26 de junho de 2007

Terminal

E se o amor for um sentimento finito?
E se já tiver sido totalmente gasto com a última?
E se ele nunca voltar?
E se me esvair por completo deste sentimento?
E se...?


***

Descanso, descaso,
Uma pizza ou um trago,
whisky e não vinho,
seu beijo safado,
seu sexo...

***

Nosso arrependimento
de ontem regressará.
A sua vitória é seu altar.

Nossa fratura
não se regenerará.
Minha derrota é também seu altar.

Nossa dor, nosso pranto,
hão de se transformar
em outra coisa, outro lugar.
Não será santo,
mas cru, triste... poeirento.
Profano.
Um lugar de tormento,
um canto escuro, vazio.
Uma noite sem dia,
uma morte de véspera:
O nosso desespero.

E minhas promessas
continuarão vãs.
As suas mentiras,
os seus amantes
só se alterarão.

E apesar de tudo,
nossa carência, famigerada carência,
unidos nos manterá
como as bestas que somos siamesas,
alimentando-nos um da carne e do sangue do outro...
Maldito outro.
Maldito par.

Até que a morte nos separe.

Um comentário:

Anônimo disse...

E se, finito ou não, um dia o amor, apesar de pizzas, vinhos, beijos, promessas, mentiras e carências nos fizer romper o "até que a morte nos separe"? Terminal? Certamente não!
Apenas mais uma dolorosa história, plena de coragem, amor próprio e muito respeito aos que amamos! Inicial? Asseguro que sim!
Não se intimidem...