Se fosse hoje, ele teria fugido. Nadado de costas. Ignorado qualquer apelo desesperado da superfície.
“Você devia saber, porra. Eu fico puto com isso. Nunca te deixei na mão, sempre fiz tudo por você e você ainda duvida de me pedir isso? Você devia ter me ligado na hora!”
Aberto mão de sua honra vaidosa, camuflada na água do romantismo, inutilmente usada como uma carapaça escamosa de segurança para seus atos.
“Caguei se ninguém ia fazer isso! Eu faço, sempre fiz. Nunca me importei com a opinião dos outros para nada. Não ligo, porra! Se eu quiser parar tudo, largar tudo e sacrificar minha vida por você, eu faço, merda!”
Mesmo sendo um jacaré menor que os outros, Tony achava que seu coração era maior.
“É amor mesmo, caralho. Amor! Eu amo! Foda-se! Tomar no cu todo mundo, porra! Faço e foda-se! Morro! E não tem nenhuma condição não. Eu não ligo pro que você fez! Esse amor é meu e eu dou! Dou minha vida, meu coração, tudo que eu tenho e caguei!”
Somente muito tempo depois, descobriu que era só mais um babaca verde com papo amarelo no mundo.
“Estou indo para aí agora, calma! Não fica assim, vai dar tudo certo. Eu dou um jeito, pode deixar. Sou eu, cara, o Tony. Claro que perdôo que besteira. Vai ficar tudo bem. Calma e agüenta até eu chegar aí. Eu te amo, é só isso o que importa. O resto a gente resolve fácil, você vai ver.”
Tony seria um merda de primeira. Ainda bem que o urubu comeu seu ovo antes de ele nascer.
“Eu te amo, porra... piranha.”
sexta-feira, 8 de maio de 2009
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Um comentário:
ainda bem que a galinha nasceu antes do ovo, que o resto é resto e só o que importa é que a gente ama.
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